terça-feira, 11 de outubro de 2011

José Bezerra da Silva "Bezerra da Silva"


José Bezerra da Silva (Recife, 23 de fevereiro de 1927 — Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2005) foi um cantor, compositor e violonista, percussionista e interprete brasileiro dos gêneros musical Coco e Partido Alto, sub-gêneros do Samba. Considerado o embaixador dos morros e favelas, cantou sobre os problemas sociais encontrados dentro das comunidades, se apresentando no limite da marginalidade e da indústria musical, também é considerado um dos principais expoentes do samba do estilo partido alto - foi o primeiro zambubeiro da banda de Zé Ramalho.

Nordestino, desde a infância foi ligado à música e sempre "sentiu" que apresentava o dom de tocar, causando atritos com a família.

O pai, da Marinha mercante, saiu de casa quando Bezerra era pequeno, indo morar no Rio de Janeiro. Com isso, depois de ingressar e ser expulso da Marinha mercante, descobriu o paradeiro do pai e foi atrás dele. Causando mais atritos com o pai, foi morar sozinho, no Morro do Cantagalo, trabalhando como pintor na construção civil. Juntamente, era instrumentista de percussão e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950.

Durante sete anos viveu como mendigo nas ruas de Copacabana, onde tentou suicídio e foi salvo por um Caboclo da Umbanda. A partir daí passou a atuar como compositor, instrumentista e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois.

Inicialmente gravou músicas sem sucesso. Mas a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô".

Gravou ainda alguns discos de Umbanda pela antiga gravadoras Tapecar e Cáritas, mas sem serem creditados seus vocais.

Em 1995 gravou pela gravadora carioca CID "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. O sambista virou livro em 1998, com "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna.

Em 2001 tornou-se evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus e em 2003 gravou o CD Caminho de Luz com músicas gospel. Em 2005, perto da morte, mas ainda demostrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa, Velhas Virgens e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.

Morreu em 2005, aos 77 anos de idade, perto de completar 78, eternizando-se no mundo do samba.

Discografia:
1975 - O Rei do Côco vol. 1
1976 - O Rei do Côco Vol. 2
1977 - Partido Alto Nota 10 Bezerra e Genaro
1979 - Partido Alto Nota 10 Vol.2 - Bezerra e Seus Convidados
1980 - Partido Alto Nota 10 Vol.3 - Bezerra e Rey Jordão
1980 - Partido Muito Alto
1981 - Samba Partido e Outras Comidas
1982 - Bezerra e um Punhado de Bambas
1983 - Produto do Morro
1984 - É Esse Aí Que é o Homem
1985 - Malandro Rife
1986 - Alô Malandragem, Maloca o Flagrante
1987 - Justiça Social
1989 - Violência Gera Violência
1989 - Se Não Fosse o Samba
1990 - Eu não Sou Santo
1991 - Partideiro da Pesada
1992 - Presidente Caô Caô
1993 - Cocada Boa
1995 - Bezerra, Moreira e Dicro: Os 3 Malandros In Concert
1995 - Contra O Verdadeiro Canalha (Bambas do Samba)
1996 - Meu Samba é Duro na Queda
1998 - Eu Tô de Pé
1998 - Provando e Comprovando sua Versatilidade
1999 - Bezerra da Silva: Ao Vivo
2000 - Malandro é Malandro e Mané é Mané
2002 - A Gíria é Cultura do Povo
2003 - Caminho de Luz (Gospel)
2003 - Pega Eu
2003 - Meu Bom Juiz
2004 - O Partido Alto do Samba
2005 - O Samba Malandro de Bezerra da Silva

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